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DISTÂNCIAS

A fluidez e a impermanência da água em suas formas e reflexos, suas imagens e sua materialidade, significam o meio e o percurso deste trabalho. Seu movimento contínuo – contornos , rugas, ondulações – constitui, para mim, uma metáfora do tempo. 


Ao gravar, singrando a goiva na madeira, pensava também nas proas dos barcos em forma de v, abrindo caminho nas águas. Veios da madeira, veios d’água. Superfícies que se comunicam. 


A chuva no mar. Perdemos a nitidez das coisas. A linha do horizonte esvai-se, fundindo mar e céu. Distâncias. 
E mesmo quando a água não se faz presente nas imagens de modo concreto, ela norteia os possíveis significados que delas possam emergir – múltiplas e diferentes perspectivas, aquilo que nos escapa.


Talvez, tudo tentativa vã; posto que contraditória – afinal, nascida do desejo de apreender seu caráter transitório.

 

 

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